segunda-feira, 20 de outubro de 2008

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~ Dificil não é lutar por aquilo que se quer, e sim desistir daquilo que se mais ama.Eu desisti. Mas não pense que foi por não ter coragem de lutar, e sim por não ter mais condições de sofrer.
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NOME: “Prazer Proibido”
AUTORA: Carole Mortimer!!


Dulce começou a sentir um estranho calor. Por que ele continuava olhando para ela daquele jeito? Era como se Rodrigo e Anahí não existissem e ele só tivesse olhos para vê-la.
Rodrigo: Vamos dançar, Anahí — Rodrigo sugeriu. — Acho que pão precisam de nossa presença aqui.
Anahí: Boa idéia — disse Anahí, sorrindo ao ver a cara as­sustada de Dulce.
Dulce: Mas, Anahí... — Dulce começou e então sentiu que alguém segurava seu pulso.
Chris: Tomarei conta de Dulce para você — Christopher falou. — Mas não procurem por nós quando terminarem, porque não estaremos aqui.
Rodrigo: Cuidado, Dulce — Rodrigo avisou de leve —, até o gelo se derrete.
Chris: Dulce... — começou Christopher.
Dulce: Meu nome é Espinoza. Sra. Espinoza — falou Dulce, sentindo o perfume gostoso da loção que ele usava; e também um aroma muito mais penetrante, forte e masculino, que deveria excitar seus sentidos, se ela não fosse imune a todos os homens.
Chris: Sua prima não me disse que era casada.
Dulce: O que ela lhe contou a meu respeito?
Chris: Na verdade, quase nada. Não vi marido nenhum quan­do você chegou — disse Christopher.
Dulce: Não sabia que tinha nos visto quando chegamos.
Chris: Nunca deixo de ver uma mulher bonita.
Dulce: Espero que não esteja se referindo a mim.
Chris: Sua prima é encantadora, mas ela não tem a sua fragilidade nem a beleza delicada que você tem. Notei-a assim que chegou.
A quantas outras mulheres ele teria dito a mesma coisa, naquela noite?
Dulce: Então, devo considerar que me fez um elogio?
Chris: Por que não? Diga, é verdade que não gosta de homens? — Ele parecia muito surpreso.
Dulce: Não acredita?
Chris: É que algumas mulheres dizem isso só para parecerem mais interessantes.
Dulce: Sinto desapontá-lo, mas comigo é verdade.
Chris: Com exceção de seu marido, claro.
Dulce: Como?
Chris: Deve gostar de seu marido.
Dulce: Claro — ela concordou, hesitante.
Chris: Ele está com você?
Dulce: Não.
Chris: Nesse caso, quer sair?
Dulce: Mas a festa é sua — Dulce respondeu espantada.
Chris: Quero sair e pensei que quisesse vir comigo.
Dulce: Pensou que eu... A troco de que pensou que eu quisesse? — perguntou, furiosa, embora estivesse também curiosa.
Chris: Não queria? — Ele parecia divertido. Era tão alto que a fazia sentir-se pequena e muito frágil.
Dulce: Claro que não! O que o fez pensar assim?
Chris: Você mesma.
Dulce: Eu? Tenho certeza de que se enganou, sr. Uckermann. Não quero ir a lugar algum com o senhor.
Chris: Não era isso o que seus olhos diziam há uns mi­nutos atrás.
Dulce tinha que inclinar a cabeça um pouco para trás para o encarar.
Dulce: Acha que toda mulher que olha para você fica logo atraída? — ela perguntou.
Chris: Não, mas eu estou atraído por você, Dulce fria.
Dulce: Não quer dizer Dulce gelada?
Chris: Não, fria é uma temperatura apenas um pouco fora do normal; e eu gostaria de achar que você logo chega ao normal.
Dulce: Sinto muito discordar, sr. Uckermann, mas gelada é a palavra adequada.
Chris: Algum homem a magoou, não é? — Ele parecia interessado. Dulce respondeu, muito séria e distante:
Dulce: Os homens não chegam tão perto de mim a ponto de me causarem alguma dor. Agora, se me dá licença... — Ten­tou sair de perto dele, mas ele a segurou com força.
Chris: Quantos anos tem? — Christopher perguntou, suave.
Dulce: Minha idade não tem nada a ver com a maneira como me sinto.
Chris: Vinte? Vinte e um?
Dulce: Vinte e dois.
Chris: O que aconteceu? Ele a abandonou?
Dulce: Ele? — Dulce sentia um nó na garganta.
Muito suavemente ele pegou a mão de Dulce e, virando-a, olhou a aliança que ela usava.
Chris: O seu marido. Ele deixou você? — Ergueu o rosto dela para olhar bem dentro de seus olhos.
Ela sentiu ainda mais o aperto na garganta, mas respondeu:
Dulce: Acho que se poderia dizer isso, sr. Uckermann. Ele morreu.
Chris: Seu marido está morto? — Ele não parecia acreditar.
Dulce: Eu não iria mentir sobre isso — ela falou, tirando a mão da dele. Procurou se afastar novamente e dessa vez ele não a segurou.
Tinha que sair dali! Falar sobre Michael tinha lhe trazido de volta à memória lembranças dolorosas, coisas que ela preferia esquecer. Saiu do apartamento e do prédio o mais depressa que pôde. Queria escapar daqueles olhos e daquele sorriso que pareciam caçoar dela.
Christopher Uckermann não tinha o direito de se intrometer em coisas que Dulce construíra ao seu redor. Há meses ninguém lhe falava nada sobre Michael, talvez porque Anahí sempre impedisse. E, claro, Anahí não ia imaginar que Christopher pudesse fazer perguntas tão pessoais! Ou será que Anahí achava que já era hora de parar com essa proteção? Afinal, tudo aquilo havia acontecido há dois anos e a dor de Dulce deveria ter diminuído. Mas não tinha! Se pelo menos ela pudesse chorar, desabafar, tirar tudo da cabeça! Mas as lágrimas nunca vieram e ela ficara só com a amargura.
Estremeceu quando um casaco de veludo foi colocado em seus ombros. Sentia de novo o aroma gostoso de loção de barba. Mãos carinhosas ajeitaram seus cabelos, que ficaram presos na gola do casaco.
Chris: Não pensei que estivesse mentindo, Dulce — Christopher disse suavemente, puxando a gola do casaco para abrigá-la do frio da noite. — Achei apenas você muito criança para ter sido casada e já ser viúva.
Dulce: Tinha vinte anos quando ele morreu — ela disse, com voz não muito firme.
Christopher começou a andar ao lado dela, acertando seus passos aos dela.
Chris: Quanto tempo ficou casada?
No mesmo instante ela parou e disse:
Dulce: Vamos fazer de conta que você não veio atrás de mim — Entregou o casaco a ele e pediu: — Deixei meu casaco em seu apartamento, peça a Anahí que o leve quando for para casa.
Dulce mais sentiu do que viu que Christopher continuava a seu lado. Começou a ficar com raiva. Por que ele não ia embora e a deixava em paz?
Christopher pôs o casaco de volta nos ombros dela.
Chris: Vai pegar um resfriado se insistir em ficar com a pouca roupa que está usando.
Dulce: Ah, então é isso! Mas este vestido é emprestado, não é nada do que realmente sou, não é meu estilo. Sinto muito que, por causa dele, tenha tido uma impressão errada a meu respeito. Não estou disposta a ter um caso qualquer com você nem com ninguém.
Com força ele a agarrou pelo braço, fazendo-a voltar-se. Levantou seu queixo e Dulce foi obrigada a ver a raiva que havia nos olhos dele.
Chris: Não fique tão convencida de que quero ter um caso com você! Mulheres frias não fazem o meu tipo.
Dulce ficou pálida como cera.
Dulce: Jamais perdoarei você por ter dito isso. Tire as suas mãos de cima de mim — ordenou com voz controlada, sol­tando chispas de ódio.
Chris: Tiro a mão coisa nenhuma! — Puxou-a com tanta força para mais perto que ela teria caído se ele não a se­gurasse. — Pelo menos não antes de quebrar um pouco desse gelo! — E seus lábios se apertaram contra os dela de maneira selvagem.
Dulce sentiu o gosto de sangue na boca quando ele ar­ranhou, com os dentes, seu lábio inferior. Estava nauseada com o contato da boca de Christopher contra a sua, das mãos apertando seu corpo contra o dele. Virava a cabeça de um para o outro, tentando escapar daquela boca que a castigava. Mas ele continuava a beijá-la.
Estava à beira de um ataque nervoso quando ele a soltou. Tensa, os olhos grandes aparecendo demais no rosto pálido, ela esfregou as costas da mão na boca, tentando eliminar os últimos vestígios daquele beijo.
Chris: Meu Deus! Você não tem nada de fria, está é morrendo de medo! — ele falou, quase tão pálido como ela.
Dulce: Odeio você! — Dulce cuspia as palavras. — Odeio você, compreendeu bem? Odeio você! — As lágrimas corriam pelas faces dela. — Como ousou me tocar? Como ousou?
Desesperada, Dulce saiu correndo, para fugir dele. O ca­saco que estava em seu ombro caiu no chão e lá ficou. Só pensava em se afastar o mais depressa possível e só parou quando teve certeza de que ele não a seguira. Fez sinal a um táxi e nem se preocupou com a aparência que devia estar, toda desarrumada e com restos de sangue nos lábios.

Quando Anahí chegou em casa, uma hora mais tarde, encontrou Dulce jogada no sofá. Anahí acendeu a luz e chegou perto da prima.
Anahí: Minha nossa, o que foi que ele fez para você?
Dulce: Quem? — perguntou Dulce, ainda tonta.
Anahí acariciou o cabelo dela e disse com raiva:
Anahí: Christopher Uckermann.
Dulce começou a reagir. Um forte tremor invadiu seu corpo, fazendo seus dentes baterem.
Dulce: Como soube?
Anahí: Ele me contou. É por isso que estou aqui. Depois de ter sumido da própria festa por quase uma hora, ele voltou e disse que você estava precisando de mim. Não disse por quê, mas pude adivinhar o motivo. O que foi que ele fez, Dulce?
Dulce: Ele... Ele me beijou! — Ela estremeceu ao pensar no que tinha acontecido, sentindo ainda a pressão daqueles lábios firmes contra os seus.
Ninguém mais a havia beijado desde que Michael... e ela estava furiosa por Christopher Uckermann ter ousado isso.
Anahí olhou-a bem e perguntou:
Anahí: Foi só isso?
Dulce afastou-se, indignada.
Dulce: E não é suficiente?
Anahí: Mas... bem, Dulce foi só um beijo. — Com um sorriso malicioso, acrescentou: — Você já foi beijada antes.
Dulce: Não! Não! Não fui. Pelo menos desde Michael. — Dulce parecia ter dificuldade em pronunciar o nome de Christopher. — Odeio ele!
Anahí: Quem? Michael?
Dulce: Christopher Uckermann! Ele me beijou e foi horrível!
Anahí: Ele conseguiu só confusão. Sua boca está machucada e amanhã seus lábios vão estar inchados e doloridos.
Dulce: Já estão doloridos, Anahí.
Anahí: Na certa ele não gostou de você ter resistido.
Dulce: Foi por isso que fez isso. — Dulce apontou a boca machucada. — Ele me beijou porque disse que... disse que eu era fria.
Anahí: Ele sabia que você já foi casada?
Dulce: Claro que sabia. Mas achou que era dever dele me arrancar dessa frigidez.
Anahí: Que homem sem sensibilidade! Contou a ele sobre o acidente, sobre...
Dulce: Não! — Dulce interrompeu. — Não contei nada. E por que devia contar? Ele não significa nada para mim!
Anahí: Mas sei que ele gostaria de saber, Dulce. Ele prati­camente me obrigou a apresentá-la.
Dulce: Gostaria que você tivesse dito não.
Dulce começou a se levantar e Anahí disse rapidamente:
Anahí: Fique aqui. Vou limpar o seu rosto e vai se sentir melhor.
Dulce: Não ia a lugar nenhum. Estava só procurando ficar mais confortável.
Anahí voltou num instante e, muito delicadamente, limpou o rosto da prima. Falou baixinho:
Anahí: Ele foi um pouco bruto com você.
Dulce gemeu quando Anahí tocou num ponto mais doído.
Dulce: Bruto? Ele agiu como um animal.
Anahí: Não. Não foi tanto assim.
Dulce: Foi, sim — Dulce insistiu. — Acho que agiu assim porque, sendo quem é, pensou que eu ia ficar encantada com a atenção que estava me dando. Deve ter achado que eu senti atração por ele.
Anahí: E não sentiu?
Dulce tocou o lábio machucado.
Dulce: Isto não responde à sua pergunta?
Anahí: Acho que sim.
Anahí levantou-se e foi até o telefone, começando a discar.
Dulce: Para quem está ligando?
Anahí: Para o homem.
Dulce: Que homem?
Anahí: Christopher Uckermann.
Dulce: E para quê?
Anahí: Ele me pediu que avisasse se você tinha chegado em casa e se estava bem.
Dulce levantou-se para sair da sala.
Dulce: Se ele estava tão preocupado a esse respeito, deveria ter vindo para saber. Mas, claro, ele não quis se dar ao trabalho.
Anahí: Ele queria vir — Anahí disse. — Trouxe-me até aqui e pediu para entrar, mas achei melhor não.
Dulce: Ainda bem que agiu assim. Nunca mais quero vê-lo! E se fosse você desligaria o telefone, porque ele nunca vai ouvir a campainha com todo o barulho daquela festa louca.
Anahí: Mas ele... Christopher? — Anahí voltou a atenção para o fone. — Sim, sei que estava esperando o meu telefonema. Sim. Não. Sim. Eu... Claro...
Dulce: Vou dormir. Por favor, não me acorde quando chegar.
Anahí segurou o fone longe do ouvido e tapou o bocal com a mão. Em seguida, murmurou:
Anahí: Ele quer falar com você.
Dulce: Diga a ele que não temos nada para falar. — Dulce saiu da sala.
Um instante depois Anahí entrou no quarto.
Anahí: Ele diz que é importante.
Dulce: Não temos nada a nos dizer — Dulce respondeu, firme. — Diga que não estou interessada.
Anahí: Não posso dizer isso a ele — falou Anahí, escandalizada.
Dulce: Está bem, diga o que quiser, mas não quero nem saber mais dele. E Anahí, por favor, não diga nada a ele sobre a minha vida particular.
Anahí: Não vou fazer isso, principalmente porque não sei de tudo.
Dulce: Então, não conte o que sabe.
Anahí: Não tinha nenhuma intenção de contar.
Dulce: Você pode não querer contar, Anahí, mas estive com ele tempo suficiente para saber que, se ele insistir, acaba conseguindo o que quiser com você.
Anahí: Qualquer coisa que quiser?
Dulce: Qualquer coisa — Dulce respondeu, sentindo-se mais calma pelo modo brincalhão com que Anahí falava.
Mas ficou muito tempo acordada ainda, ouvindo Anahí dormir. Podia se ressentir e odiar a intromissão de Christopher Uckermann em sua vida, poderia até odiá-lo por beijá-la, mas havia uma coisa que precisava reconhecer: em dois anos, desde a morte de Michael, ela não tinha chorado nem uma vez, por coisa alguma. E, no entanto, meia hora depois de conhecer Christopher Uckermann, ela chorou tanto que chegou quase à histeria. Gostasse ou não de pensar nisso, ele tinha sido a primeira pessoa a tirar um tijolo da muralha que Dulce havia construído ao seu redor, para esconder as emoções. E ela não gostava.

CONTINUA...

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NOME: “Reino dos Sonhos”
AUTORA: Judith McNaght!!

CAPÍTULO 11

A luz da lua penetrava pela janela e Christopher ainda com os olhos fechados, voltou-se na cama e estendeu o braço em busca de Dulce. A mão só encontrou lençóis vazios. Toda uma vida passada em companhia do perigo lhe permitiu passar em poucos segundos do sonho mais profundo a mais atenta vigília. Permaneceu de costas, com os olhos abertos, contemplando os móveis que onde a pálida luz da lua batia ficavam como sombras fantasmagóricas.
Levantou-se e começou a se vestir rapidamente, amaldiçoando-se por não ter ordenado que se montasse guarda ao pé da escada. Impulsionado pelo costume, agarrou a adaga antes de dirigir-se para a porta, furioso consigo mesmo por ter ficado adormecido, convencido de que Dulce não podia acomoda-se contra ele como o tinha feito e permanecer acordada e tentar friamente uma forma de escapar. Achava que Dulce Merrick era capaz disso e de muito mais. Tendo em conta o acontecido, tinha sorte de que ela não tivesse tentado lhe cortar o pescoço antes de partir. Abriu a porta de repente e tropeçou em seu assombrado escudeiro, que dormia sobre diante da porta.
Gawin: O que ocorre, milorde? - perguntou o alarmado Gawin, que se levantou imediatamente.
Nesse instante, um movimento imperceptível no balcão do outro lado da porta de seu quarto, chamou a atenção de Christopher, que voltou a cabeça para lá.
Gawin: O que ocorre, milorde?
A porta se fechou de repente diante do assombrado olhar de Gawin.
Christopher tratou de se convencer de que era um alivio que depois de tudo não tivesse que empreender uma desagradável perseguição noturna. Abriu silenciosamente a porta que dava para o balcão e saiu. Dul estava de pé, inclinada ligeiramente sobre a balaustrada, com o comprido cabelo ligeiramente agitado pela brisa noturna, os braços cruzados e o olhar perdido na distância.
Christopher estudou sua expressão e uma segunda onda de alívio o invadiu. Não parecia contemplar a idéia de lançar-se do balcão, e tampouco chorava pela perda de sua virgindade. Mais que angustiada ou colérica, parecia, simplesmente, perdida em seus pensamentos.
De fato, achava-se tão imersa em suas próprias reflexões que nem sequer sentiu que já não se encontrava sozinha. A tranqüilizadora carícia do ar noturno, normalmente balsâmico para a época do ano, tinha-lhe ajudado a recuperar seu ânimo, apesar de que se sentia como se essa noite seu mundo tivesse virado do avesso. E em grande parte isso se devia a Anahí. Anahí e um almofadão de pluma tinham sido as verdadeiras razões para que Dul tivesse sacrificado sua virgindade. E era precisamente a consciência disso o que tinha lhe impedido de conciliar o sonho.
Quando pensou em dormir, murmurou uma prece para que Anahí se recuperasse e tivesse uma viagem segura. De repente, a espetada de uma pluma de seu próprio travesseiro que sobressaía do tecido que a cobria, a fez se lembrar do momento em que ela ajeitou os travesseiros sob a cabeça de Anahí, quando ela estava na carroça que a conduziria de retorno à abadia. Anahí sofria terríveis acessos de tosse cada vez que havia plumas perto dela, e por isso procurava evitar sua proximidade. Evidentemente, pensou Dul, quando despertou tossindo em seu quarto não afastou de si os travesseiros, mas sim idealizou um plano tão ousado quanto engenhoso. Convencida de que o conde as deixaria em liberdade, permaneceu deitada sobre os travesseiros até que começou a tossir de tal forma que sua morte parecia iminente.
Sem dúvida tinha sido uma grande idéia, pensou Dul, digna dela mesma, inclusive, embora por isso mesmo destinada ao fracasso, decidiu com expressão sombria.
Seus pensamentos deixaram de centrar-se em Anahí e se projetaram para o futuro que em outros tempos tinha sonhado. Um futuro que agora parecia mais perdido do que nunca.
Chris: Dulce… - disse Christopher atrás dela.
Dul se voltou e fez um tenaz esforço para esconder a traiçoeira reação de seu coração diante do profundo timbre de sua voz. Por um instante, perguntou-se com desespero por que sentia ainda as mãos de Christopher sobre sua pele, e por que o simples fato de ver seu rosto a fazia lembrar a terna rudeza de seus beijos.
Dulce: Eu… por que se vestiu? - perguntou, aliviada ao comprovar que sua própria voz soava calma.
Chris: Estava a ponto de sair para lhe procurar - respondeu ele, que saiu de entre as sombras.
Dul dirigiu um sólido olhar para a adaga que ele empunhava.
Dulce: O que pensavam fazer quando me encontrasse?
Chris: Esqueci que o balcão existia - disse o Lobo. Embainhou a adaga no cinturão e acrescentou: - Achava que tinham conseguido fugir do quarto.
Dulce: Por acaso seu escudeiro não dorme do outro lado da porta?
Chris: Isso é verdade - disse Christopher com ironia.
Dulce: Sempre dorme perto de você, para impedir estranhos de se aproximarem - falou ela.
Chris: Volta a ter razão - assentiu ele asperamente achando estranho diante da sua própria falta de previsão ao sair precipitadamente da habitação sem comprovar antes as demais alternativas.
Agora que a tinha encontrado, Dul só desejava que a deixasse em paz. Sua presença impedia que conseguisse se acalmar, algo que necessitava com desespero. Deu-lhe as costas, indicando com isso que desejava ficar a sós, e contemplou a paisagem iluminada pela luz da lua.
Christopher vacilou. Sabia que ela não desejava companhia, mas se mostrava resistente em deixá-la. Disse a si mesmo que isso só se devia à preocupação por seu estranho estado de ânimo, não ao prazer que sentia em sua presença ou a mera contemplação de seu perfil. Ao se dar conta de que ela não aceitaria de bom agrado seu contato, deteve-se a curta distância e apoiou o ombro contra a parede. Ela permaneceu perdida em seus pensamentos, e Christopher, com um gesto carrancudo, voltou a considerar sua conclusão anterior a respeito de que ela talvez estivesse pensando em fazer algo tão estúpido como renunciar a sua própria vida jogando-se do balcão.
Chris: Em que pensava momentos antes de perceber minha presença?
Dul se endireitou, ligeiramente tensa diante da pergunta. Só tinha pensado em uma coisa e, certamente, não estava disposta a mencionar o engenhoso estratagema empregado pela Anahí para escapar.
Dulce: Em nada que possa lhe interessar - respondeu evasiva.
Chris: Diga de qualquer forma - insistiu ele.
Dul olhou para o lado e seu coração deu um traiçoeiro salto ao sentir à proximidade de seus largos ombros e de seu rosto austeramente atraente. Disposta e inclusive desejosa de falar de algo que a distrairia da consciência de sua presença, dirigiu o olhar para as montanhas e disse com um suspiro de capitulação:
Dulce: Lembrava os tempos em que estava acostumada a sair para o balcão no castelo de Merrick, para olhar além das restingas e pensar em um reino.
Chris: Um reino? - repetiu Christopher, surpreso e aliviado diante da natureza violenta de seus pensamentos. Ela assentiu com um gesto e Christopher reprimiu o desejo de introduzir a mão entre os sedosos cabelos e obrigá-la a voltar o rosto para ele. - A que reino se refere?
Dulce: Ao meu próprio reino - respondeu ela, que tudo o que queria era que ele continuasse falando do assunto. - Estava acostumada a pensar em ter meu reino próprio.
Chris: Pobre Jacob - disse ele, referindo-se ao rei escocês. - De qual de seu reino pretendia se apoderar?
Ela dirigiu um sorriso melancólico e em tom estranhamente triste, disse:
Dulce: Não se tratava de um reino real, com terras e castelos, mas sim de um reino de sonhos, um lugar onde as coisas fossem como eu desejava que fossem.
Uma lembrança longamente esquecida cruzou pela mente de Christopher, que se inclinou sobre a balaustrada e olhou, imitando Dulce, para as montanhas.
Chris: Há muito tempo eu também abriguei meus próprios sonhos - admitiu tranqüilamente. - Quais eram os seus?
Dulce: Há pouco que contar - respondeu ela. - Em meu reino havia prosperidade e paz. Ocasionalmente, mas claro que eventualmente algum arrendatário caía doente, ou uma ameaça direta a nossa segurança talvez aparecesse.
Chris: Não tinha enfermidades e lutas em seu reino? - perguntou Christopher, surpreso.
Dulce: Naturalmente! - admitiu Dul com um sorriso melancólico. - Tinha que existir ambas as coisas para que eu pudesse ir ao resgate e solucionar o problema. Essa foi precisamente a razão pela qual inventei o reino.
Chris: Porque desejava ser uma heroína para seu povo - concluiu Christopher, que compreendia muito bem os sentimentos da moça.
Mas ela negou com a cabeça, e deixando de sorrir, disse em tom ofegante:
Dulce: Não, só desejava que aqueles a quem amava, me amassem, e que aqueles que não me conheciam, não me desprezassem.
Chris: Isso era tudo o que desejava?
Ela assentiu com um gesto solene.
Dulce: Foi para isso que eu inventei um reino de sonhos para que pudesse realizar grandes e ousadas façanhas.
Não longe de ali, no topo da montanha mais próxima ao castelo, à figura de um homem ficou iluminada momentaneamente por um raio de lua que surgiu entre as nuvens. Em qualquer outro momento, isso teria sido suficiente para que Christopher enviasse seus homens para investigar. Agora, entretanto, satisfeito pelo ato amoroso, gozando intensamente da companhia da linda jovem que estava a seu lado, mal prestou atenção ao que observava. Era uma noite cálida, ideal para confidências, muito suave e encantadora para suspeitar sequer que perto de suas próprias terras o perigo podia estar se formando.
Christopher franziu o cenho, sem deixar de pensar nas enigmáticas palavras de Dul. Os escoceses, inclusive os habitantes das terras baixas, que viviam de acordo com as leis feudais em vez das do clã, formavam um povo ferozmente leal. E tanto que o clã do pai de Dulce era um “conde” e os vassalos o chamavam simplesmente de “Merrick”, ele e sua família contavam com a mais completa devoção e lealdade do clã Merrick. Não consideravam Dulce digna de desprezo, e todos aqueles a quem ela amava, a amariam. Portanto, não tinha necessidade de sonhar com um reino próprio.
Chris: É uma jovem valente e linda - disse finalmente, - e condessa por direito próprio. Indubitavelmente, seu clã sente por você aquilo que deseja que sinta, e provavelmente mais.
Ela afastou o olhar e pareceu ficar novamente absorvida na contemplação da paisagem.
Dulce: Na realidade - replicou em tom cuidadosamente ausente de emoção, - consideram-me como uma espécie de… filha trocada por outra.
Chris: Porque iriam considerar esse absurdo? - perguntou ele, confuso.
Diante da surpresa de Christopher, Dul saltou em defesa dos seus.
Dulce: O que outra coisa poderiam pensar tendo em conta os rumores que meu meio-irmão tem feito correr a respeito de mim?
Chris: Que tipo de rumores?
Ela estremeceu e se inclinou novamente sobre a balaustrada, oferecendo um aspecto similar ao que tinha quando Christopher saiu ao balcão.
Dulce: A respeito de coisas terríveis - sussurrou.
Christopher a observou, e insistiu silenciosamente que lhe desse uma explicação. Ela suspirou e, a contra gosto, disse:
Chris: Disse muitas coisas más sobre mim, mas a pior de todas foi quando Rebecca se afogou. Becky e eu éramos primas longínquas e muito boas amigas. - Fez uma pausa, e com um sorriso melancólico, acrescentou: - Seu pai, Garrick Carmichael, era viúvo e Becky era sua única filha. Sentia-se orgulhoso dela, como quase todos nós. Era tão doce, tão incrivelmente loira, muito mais do que Anahí, todo mundo a achava encantadora. A questão era que seu pai a amava tanto que não lhe permitia fazer virtualmente nada, por temor que lhe fizesse mal. Nem sequer lhe permitia se aproximar do rio, porque temia que se afogasse. Becky, entretanto, decidiu aprender a nadar, para lhe demonstrar que não tinha do que se preocupar, e a cada manhã, nas primeiras horas, nos dirigíamos furtivamente para o rio, onde eu lhe ensinava a nadar. No dia anterior do seu afogamento, fomos a uma feira e tivemos uma forte discussão, porque eu lhe disse que um dos homens estava olhando para ela de maneira indecorosa. Meus meio-irmãos, Guilhermo e Malcolm, ouviram-nos discutir, assim como algumas outras pessoas, e Guilhermo me acusou de estar com ciúme e que eu queria que os homens só olhassem para mim, o que era uma estupidez, certamente. Becky se zangou tanto que, ao nos separamos, disse-me para que eu não me incomodasse em ir ao rio na manhã seguinte, porque já não necessitava mais de minha ajuda. Eu sabia que não falava sério e que, na realidade, ainda não sabia nadar bem, de forma que, na manhã seguinte, fui para lá.
A voz de Dulce desceu de tom até transforma-se em um sussurro.
Dulce: Ao chegar me dei conta de que ainda estava zangada; disse-me que desejava ficar sozinha. Eu já me encontrava no alto da colina, me afastando, quando escutei de repente um barulho e ela gritou, pedindo auxílio. Voltei-me e comecei a correr colina abaixo, mas não pude vê-la em nenhuma parte. Quando me encontrava a meio caminho, ela conseguiu tirar a cabeça por cima da água. Sei por que vi seu cabelo sobre a superfície. E então ouvi que me pedia que a ajudasse… - Dul estremeceu e esfregou os braços com expressão ausente. - Mas a corrente a arrastava. Mergulhei e tentei encontrá-la. Mergulhei várias vezes, mas… não pude encontrá-la… No dia seguinte a encontraram a vários quilômetros de distância. A corrente tinha levado o corpo até a margem.
Christopher levantou uma mão e depois a deixou cair, ao se dar conta de que ela lutava para se controlar e não receberia bem nenhum gesto de consolo.
Chris: Foi um acidente - disse ele com suavidade.
Ela emitiu um prolongado suspiro.
Dulce: Segundo Guilhermo, não foi. Pelo visto, ele se encontrava perto, pois contou a todo mundo que ouviu Becky gritar meu nome, o que era certo. Mas depois disse que estávamos discutindo e que eu a empurrei na água.
Chris: E como explicou o fato de que suas roupas também estivessem molhadas? - perguntou Christopher laconicamente.
Dulce: Disse que depois de empurrá-la esperei alguns momentos na margem antes de me lançar na água para salvá-la. Já haviam dito ao Guilhermo que não seria eu e sim ele quem assumiria o lugar de meu pai como senhor. Mas, pelo visto não era suficiente para ele. Desejava me ver cair em desgraça e longe do castelo de Merrick. Depois disso, tudo foi fácil para ele.
Chris: Fácil? Em que sentido?
Dul encolheu os ombros e respondeu:
Dulce: Algumas mentiras a mais… a casa de um dos arrendatários que pegou fogo de noite depois de que eu o desafiei, junto com o roubo de um saco de grão que ele mesmo trouxe para o castelo… coisas assim. - Lentamente Dul voltou para Christopher os olhos cheios de lágrimas e, diante da surpresa dele, esboçou um sorriso e perguntou: - Vê meu cabelo?
Ele observou a abundante cabeleira avermelhada que admirava há várias semanas e assentiu com um gesto.
Dulce: Meu cabelo tinha uma cor horrível - disse Dul com voz entrecortada. - Agora tem a cor do cabelo de Becky. Ela sabia… o quanto que eu admirava seu cabelo, e… e eu gosto de pensar que foi ela quem me deu. Para demonstrar que sabe… que tentei salvá-la.
A dor que embargava Christopher, e que não estava acostumado a sentir, o fez estender a mão para a face de Dul, mas ela retrocedeu, e embora seus grandes olhos brilhassem pelas lágrimas não derramadas, não desmoronou nem se permitiu chorar. Christopher por fim compreendia por que aquela moça encantadora não tinha chorado uma só vez desde que foi capturada, nem sequer durante as palmadas que havia lhe dado. Dulce Merrick tinha contido as lágrimas dentro dela, e o orgulho e a coragem não lhe permitiriam desmoronar e derramá-las abertamente. Em comparação com tudo o que tinha tido que suportar, umas simples palmadas das mãos de Christopher não teriam a menor importância.
Ao não saber o que outra coisa fazer, Christopher entrou no quarto, serviu vinho de uma jarra em uma taça e a levou ao balcão.
Chris: Beba isto - disse-lhe em um tom determinado. Observou aliviado que ela já tinha conseguido se dominar e que um sorriso travesso brincava em seus delicados lábios diante do tom não intencionadamente brusco de suas palavras.
Dulce: Me dá a impressão, milorde, que não perde a ocasião de pôr uma taça de vinho em minhas mãos - observou.
Chris: Se faço, é por razões, devo reconhecer justas - admitiu divertido.
Ela se pôs a rir, bebeu um gole de vinho, deixou a taça de lado e cruzou os braços sobre a balaustrada com o olhar novamente perdido na distância. Christopher a estudou em silêncio, incapaz de afastar de sua mente as revelações que ela acabava de lhe fazer, e sentiu a necessidade de lhe dizer algo corajoso a respeito de suas perdas.
Chris: De qualquer forma, duvido muito que você gostasse da idéia de ser responsável por seu clã.
Ela negou com a cabeça e respondeu tranqüilamente:
Dulce: Na realidade, ficaria encantada. Via tantas coisas que podia fazer de modo diferente, coisas que uma mulher é capaz de observar, mas que passam despercebidas para um homem. Coisas que aprendi também com a abadessa. Existem novos teares, por exemplo. Os dela são melhores que os nossos; existem novas formas de colher as colheitas, e centenas de outras coisas que podem fazer de modo diferente e melhor.
Incapaz de argumentar sobre os méritos relativos de um tipo de tear ou de uma forma de colher a colheita, Christopher abordou com um argumento diferente.
Chris: Não pode viver toda sua vida tentando provar algo para o seu clã.
Dulce: Posso fazer - disse entre dentes. - Faria de tal forma que voltariam a me considerar uma dos seus. É meu povo…, por suas veias e pelas minhas corre o mesmo sangue.
Chris: Será melhor que esqueça - disse Christopher. - Dá a impressão de que embarcou em uma busca provavelmente infrutífera no melhor dos casos.
Dulce: Em algum momento, durante estes últimos dias não foi algo tão improvável como imagina - replicou ela, com uma expressão sombria em seu formoso rosto. -Christian será conde mais cedo ou mais tarde, e é um rapaz amável e maravilhoso…, bom, na realidade, já é um homem, visto que tem vinte anos. Não é forte, como foi Guilhermo ou como é Malcolm, mas é inteligente, prudente e leal. Conhece os problemas que tive com nosso clã, e uma vez que se converta no senhor, estou convencida de que tentará endireitar as coisas. Mas esta noite, isso se transformou em algo impossível.
Chris: O que tem a ver esta noite com tudo isso?
Dul o olhou nos olhos e pela sua expressão ele soube que, apesar do tom sereno de sua voz, sentia que uma ferida irreversível aconteceu.
Dulce: Esta noite me converti na consorte do pior inimigo de minha família, na amante do inimigo de meu povo. No passado, desprezaram-me por coisas que não tinha feito. Agora, por outro lado, têm boas razões para me desprezar pelo que na verdade tenho feito, do mesmo modo que eu também tenho razões para me desprezar por isso. Desta vez fiz algo imperdoável. Nem Deus me perdoará por isso.
A inegável verdade de que, de fato, ela se transformou em sua amante golpeou Christopher com maior força do que tivesse desejado reconhecer, mas seu próprio sentido de culpa se viu amortecido pelo fato de saber que a vida que ela tinha perdido não era tão boa assim. Aproximou-se de Dul, a pegou com firmeza pelos ombros e a obrigou a se voltar para ele. Levantou-lhe o queixo e a olhou nos olhos. E quando começou a falar, a proximidade de seu corpo fez com que sentisse entre as virilhas a urgente exigência de sua virilidade.
Chis: Dulce - disse com serena firmeza. - Não sabia que tinha contas pendentes com seu povo, mas fiz amor com você, e isso é algo que ninguém pode mudar.
Dulce: E se pudesse mudar, faria? - perguntou ela com uma expressão rebelde.
Christopher observou a aquela jovem incrivelmente desejável, capaz de acender seu corpo em cada momento.
Chris: Não - respondeu sereno e honestamente.
Dulce: Nesse caso, não se incomode em me mostrar sua piedade – respondeu ela.
Os lábios de Christopher se abriram em um sorriso sem piedade e sua mão deslizou sobre a face de Dul, até sua nuca.
Chris: Dou a impressão de que sinto pena de você? Não estou. Lamento que se sinta humilhada, mas não lamento tê-la feito minha algumas horas atrás, nem lamentarei quando voltar a fazer de novo dentro de poucos minutos como é minha intenção.
Dul dirigiu um olhar feroz para ele diante da arrogância de sua afirmação, mas Christopher seguiu em frente com o que tinha a intenção de lhe dizer.
Chris: Eu não acredito em seu Deus, nem em nenhum outro, mas quem acredita nele me disse que ele é, supostamente, justo. Se for assim - continuou em tom sereno e filosófico, - certamente não lhe culpará por nada que aconteceu. Enfim, só aceitou o acordo porque temia pela vida de sua irmã. Não foi de sua vontade, mas sim da minha. E o ocorrido nessa cama também aconteceu contra sua vontade, não é verdade?
Assim que fez a pergunta, Christopher lamentou, para sua surpresa, em tê-la feito. E então se deu conta de que, mesmo que desejasse se convencer de que não tinha lhe causado dano algum diante aos olhos do Deus de Dul, no fundo não desejava que ela negasse o que havia sentido quando faziam amor, ou que o desejava quase tanto como ele a ela. De qualquer forma, e como quisesse pôr a prova à honestidade de Dul e seu próprio instinto, insistiu:
Chris: Tenho ou não tenho razão? Seu Deus não lhe culpará de nada, visto que não fez mais que se submeter a mim contra sua vontade, não é verdade?
Dulce: Não! - exclamou ela envergonhada, impotente e presa a outros sentimentos que Christopher não pôde identificar.
Chris: Não? - repetiu ele ao mesmo tempo em que uma grande sensação de alívio parecia explodir em seu interior. - No que me enganei, então? - perguntou. - Me diga em que me enganei.
Não foi o tom de sua voz o que impulsionou Dul a responder, e sim a repentina lembrança de como ele tinha feito amor, com gentileza e contenção, da pena que expressou por ter lhe causado dano ao desflorá-la, das ternas palavras que sussurrou junto ao seu ouvido, de sua respiração entrecortada enquanto lutava para controlar sua própria paixão. Acrescentado a tudo isso, apareceu a lembrança de seu próprio e urgente desejo em se sentir preenchida por ele, em lhe devolver as deliciosas sensações que ele mesmo a fez experimentar. Abriu a boca, com o desejo de prejudicá-lo, do mesmo modo que ele tinha prejudicado todas suas possibilidades de achar a felicidade, mas sua consciência fez com que as palavras morreram em sua garganta. No ato de amor não tinha descoberto vergonha e sim glória, e agora não podia mentir e afirmar o contrário.
Dulce: Não foi de minha vontade que me levou para sua cama - sussurrou. Voltou à cabeça para o lado angustiada, e acrescentou: - Mas uma vez ali, tampouco tive vontade de abandoná-la.
Como tinha afastado o olhar, Dul não pôde ver o terno sorriso que se desenhou no rosto de Christopher. Notou, entretanto, nos braços que a rodearam, na mão que se apertou contra suas costas para atraí-la para seu membro endurecido, ao mesmo tempo em que sua boca se apoderava da dela, privando-a da possibilidade de falar, e até de respirar.

CONTINUA...

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ESPECIAL!!!
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NOME DO LIVRO: “Crepúsculo”
AUTORA:
Stephenie Meyer!!


24. Um Impasse

Meus olhos abriram para uma brilhante, branca luz. Eu estava em um quarto que não me era familiar, um quarto branco. A parede perto de mim estava cobertas por longas venezianas verticais; acima da minha cabeça, as ofuscantes luzes me cegaram. Eu estava apoiada em uma dura, irregular cama - uma cama com grades. O travesseiro era liso e grumoso. Havia um irritante som de bip vindo de algum lugar. Eu tinha esperanças de que significasse que eu ainda estava viva. Morte não devia ser tão desconfortável.

Minhas mãos estavam completamente deformadas com tubos claros, e alguma coisa estava amarrada cruzando meu rosto, embaixo do meu nariz. Eu levantei minha mão para tirar aquilo.

"Não, não faça." E dedos frios alcançaram minha mão.

"Edward?" Eu virei minha cabeça vagarozamente, e seu delicado rosto estava apenas à uma polegada do meu, seu queixo apoiado na beira da minha grade. Eu percebi que eu estava viva, dessa vez com agradecimento e sublimidade. "Oh, Edward. Eu sinto muito!"
"Shhhh," ele me silenciou. "Tudo está bem agora."

"O que aconteceu?" Eu não conseguia lembrar perfeitamente, e minha mente se rebelava contra mim enquanto eu tentava relembrar.

"Eu quase cheguei tarde demais. Eu podia ter chegado tarde demais," ele sussurrou, sua voz atormentada.

"Eu fui tão estúpida, Edward. Eu achei que ele estava com minha mãe."

"Ele enganou a todos nós."

"Eu tenho que ligar para Charlie e para minha mãe," Eu percebi pela neblina.

"Alice ligou para eles. Renée está aqui - bem, aqui no hospital. Ela está comendo alguma coisa nesse momento."

"Ela está aqui?" Eu tentei sentar, mas o giro da minha cabeça ficou mais rápido, e sua mão me empurrou gentilmente para o travasseiro.

"Ela vai estar de volta logo," ele prometeu. "E você tem que ficar tranqüila."

"Mas o que você disse a ela?" Eu entrei em pânico. Eu não queria ficar tranquila. Minha mãe estava lá e eu estava me recuperando do ataque de um vampiro. "Porque você disse a ela que eu estou aqui?"
"Você caiu por dois andares de uma escada e por uma janela." Ele pausou. "Você tem que admitir, isso podia ter acontecido."
Eu suspirei, e isso doeu. Eu olhei para baixo para meu corpo embaixo do lençol, para o grande bloco que era minha perna.
"O quão mal eu estou?" Eu perguntei.
"Você tem uma perna quebrada, quatro costelas quebradas, algumas fendas em seus ossos, manchas roxas cobrindo cada polegada de seu corpo, e você perdeu um monte de sangue. Eles fizemos alguma transfusões em você. Eu não gostei disso - isso fez você cheirar completamente diferente por um tempo."
"Isso deve ter sido uma boa mudança pra você."
"Não, eu gosto de como você cheira."
"Como você fez isso?" Eu perguntei calmamente. Ele soube o que eu quis dizer de primeira.
"Eu não tenho certeza." Ele olhou pra longe dos meus olhos curiosos, levantando minha mão enfaixada da cama e segurando gentilmente com a dele, cuidadoso em não romper o fio que me conectava aos monitores.
Eu esperei pacientemente pelo resto.
Ele continuou sem responder a minha contemplação.
"Era impossível... parar," ele sussurrou. "Impossível. Mas eu fiz." Ele olhou pra cima finalmente, com um meio sorriso. "Eu tenho que te amar."
"Eu não tenho um gosto tão bom quanto o cheiro?" Eu sorri em resposta. Aquilo machucou meu rosto.
"Até melhor - melhor do que eu imaginava."
"Sinto muito," Eu me desculpei.
Ele levantou seus olhos para o teto.
"De todas as coisas para se desculpar."
"Pelo que eu devia me desculpar?"
"Por chegar muito perto de ficar pra longe de mim pra sempre"
"Sinto muito", Eu me desculpei novamente.
"Eu sei porque você fez isso." Sua voz era reconfortante. "Era ainda irracional, é claro. Você deveria ter me esperado, deveria ter me contado."
"Você não me deixaria ter ido."
"Não," ele concordou em um tom amargo, "Eu não deixaria."
Algumas memórias muito desagradáveis estavam começando a voltar para mim. Eu estremeci, e então recuei.
Ele estava instantaneamente inquieto.
"Bella, o que aconteceu?"
"O que aconteceu com James?"
"Depois que eu o separei de você, Emmet e Jasper tomaram conta dele." Havia uma feroz conotação de pesar em sua voz.
Isso me confundiu.
"Eu não vi Emmet e Jasper lá."
"Eles tiveram que sair do quarto... tinha muito sangue."
"Mas você ficou."
"Sim, eu fiquei."
"E Alice, e Carlisle..." Eu falei curiosa.
"Eles também te amam, você sabe."
Um flash de imagens dolorosas da última vez que eu tinha visto Alice me lembrou de uma coisa.
"Alice viu a fita?" Eu perguntei ansiosamente.
"Sim". Um novo som obscureceu a voz dele, um tom de ódio.
"Ela sempre esteve no escuro, por isso não conseguia lembrar".
"Eu sei. Ela entende agora". A voz dele estava uniforme, mas seu rosto estava negro de fúria.
Eu tentei alcansar o rosto dele com a minha mão livre, mas alguma coisa me parou. Eu olhei pra baixo pra ver o tubo puxando minha mão.
"Ugh", eu estremecí.
"O que foi?", ele perguntou ansiosamente - distraído, mas não o suficiente. A escuridão não abandonou os olhos dele completamente.
"Agulhas", eu expliquei, desviando o olhar daquela que estava na minha mão. Eu me concentrei nos ladrilhos do teto e tentei respirar fundo a despeito da dor nas minhas costelas.
"Medo de agulhas", ele murmurou pra si mesmo por baixo do fôlego, balançando a cabeça. "Oh, um vampiro sádico, tentando torturar ela até a morte, claro, sem problema, ela corre pra encontrá-lo. Um tubo na mão, por outro lado..."
Eu revirei meus olhos. Eu fiquei satisfeita de ver que pelo menos isso não doia. Eu decidí mudar de assunto.
"Porque você está aqui?", eu perguntei.
Ele olhou pra mim, primeiro a confusão depois a dor tocou os olhos dele. As sobrancelhas dele ficaram juntas quando ele fez uma careta.
"Você quer que eu vá embora?"
"Não!", eu protestei, horrorizada pelo pensamento. "Não, eu quis dizer, porque minha mãe acha que você está aqui? Eu preciso lembrar da história direitinho pra quando ela voltar".
"Oh", ele disse, e a testa dele se suavizou num mármore de novo. "Eu vim pra Phoenix pra colocar algum senso na sua cabeça, pra te convencer a voltar pra Forks". Os olhos dele eram tão intensos e tão sinceros, que eu mesma quase acreditei nele. "Você concordou em me ver e foi dirigindo até o hotel onde eu estava com Carlisle e Alice - é claro de que estava aqui com a supervisão de meu pai", ele inseriu virtuosamente, "Mas você tropeçou nas escadas á caminho do meu quarto e... bem, você já sabe o resto. Porém, você não precisa lembrar dos detalhes; você tem uma desculpa muito boa pra não se lembrar dos detalhes mais importantes".
Eu pensei nisso por um momento.
"Tem algumas falhas nessa história. Como nenhuma janela quebrada".
"Na verdade não", ele disse. "Alice se divertiu um pouco demais fabricando as evidências. Tudo já foi cuidado de forma muito convincente - você poderia provavelmente até processar o hotel se você quisesse. Você não tem nada com o que se preocupar", ele prometeu, alisando minha bochecha com o mais leve dos toques. "Seu único trabalho agora é sarar".
Eu não estava tão envolvida pelas dores ou pela névoa dos medicamentos pra não responder ao toque dele. O bipe do monitor pulou erraticamente - agora ele não era mais o único que podia ouvir o meu coração se comportando mal.
"Isso vai ser vergonhoso", eu murmurei pra mim mesma.
Ele gargalhou, e um olhar especulativo apareceu nos olhos dele.
"Hmm, eu imagino..."
Ele se inclinou; o barulho do bipe acelerou selvagemente antes mesmo que seus lábios me tocassem. Mas quando me tocaram, mesmo que com a mais leve pressão, o bipe parou completamente.
Ele pulou pra trás abruptamente, sua expressão ansiosa se tornando de alívio enquanto o monitor reportava meu coração voltando a bater.
"Parece que eu vou ter que ser mais cuidadoso com você do que o normal".
Ele fez uma careta.
"Eu não terminei de beijar você", eu reclamei. "Não me faça ter que ir até aí".
Ele sorriu largamente, e se inclinou pra pressionar seus lábios gentilmente nos meus. O monitor ficou louco. Mas então seus lábios se esticaram. Ele se afastou.
"Eu acho que estou ouvindo sua mãe", ele disse, sorrindo largamente de novo.
"Não me deixe", eu chorei, uma sensação irracional de pânico passando por mim. Eu não podia deixá-lo ir - ele podia desaparecer de novo.
Ele leu o terror nos meus olhos por um breve segundo.
"Eu não vou", ele prometeu solenemente, e então sorriu. "Eu vou tirar uma soneca".
Ele saiu da cadeira de plástico ao meu lado e foi para um sofá de couro falso azul-turquesa reclinável que havia no pá da cama, inclinando ele pra trás, e fechando seus olhos.
Ele ficou perfeitamente imóvel.
"Não esqueça de respirar", eu sussurrei sarcasticamente. Ele respirou fundo, os olhos ainda fechados.
Eu podia ouvir minha mãe agora. Ela estava falando com alguém, talvez uma enfermeira, ela parecia cansada e aborrecida. Eu queria pular da cama e correr pra ela, pra acalmar ela, pra prometer que estava tudo bem. Mas eu não estava em forma pra pular, então eu esperei pacientemente.
A porta abriu um pouquinho, e ela observou pela abertura.
"Mãe!", eu sussurrei, minha voz cheia de amor e alívio.
Ela olhou para a figura imóvel de Edward no sofá reclinável, e foi na ponta dos pés até minha cama.
"Ele não vai embora nunca, não é?", ela murmurou pra sí mesma.
"Mãe, eu estou tão feliz de ver você!"
Ela se inclinou pra me abraçar gentilmente, e eu senti lágrimas quentes rolando nas bochechas dela.
"Bella, eu estava tão chateada!"
"Me desculpe, mãe. Mas vai ficar tudo bem agora, está tudo bem". Eu confortei ela.
"Eu estou feliz só por ver seus olhos abertos", ela sentou na borda da cama.
De repente eu me dei conta de que não sabia quando era.
"Por quanto tempo eu fiquei fechada?"
"É sexta, querida, você esteve fora por algum tempo".
"Sexta?", eu estava chocada. Eu tentei me lembrar que dia era quando... mas eu não queria pensar nisso.
"Eles tiveram que te manter sedada por algum tempo, querida - você tem um monte de ferimentos".
"Eu sei", eu podia sentí-los.
"Você teve sorte porque o Dr. Cullen estava lá. Ele é um homem muito legal... porém novo demais. E ele parece mais um modelo do que um médico..."
"Você conheceu Carlisle?"
"E a irmã de Edward. Ela é uma garota adorável".
"Ela é", eu concordei sinceramente.
Ela olhou por cima do ombro para Edward, que ainda estava com os olhos fechados no sofá.
"Você não me contou que tinha tão bons amigos em Forks".
Eu bajulei e então gemí.
"O que dói?", ela perguntou ansiosamente, se virando pra mim de novo. Os olhos de Edward vieram na minha direção.
"Eu estou bem", eu assegurei aos dois. "Eu só tenho que lembrar de não me mexer". Ele voltou á sua sonora soneca.


CONTINUA...

Agradecimentos:

Amanda, Ana, Aninha, Bibinha, Clarinha, Dulce Amargo, Fe, Fernanda, Ila, Júlia, Leeh, Lia, Naty e todos presentes... Obrigada, Amo Vcs!

Bibinha, eu que fico feliz que você tenha vindo até aqui, quer dizer, você sempre está me acompanhando, hihi, bom, eu ainda vou esperar que o br volte sabe, mas vamos ver né?!? Bom obrigada por aparecer e estar sempre comigo...

Ah gente, e este blog aqui acho que só comenta quem tem orkut, num sei bem, ou quem tem uma conta no google né?!? Bom é isso ai, obrigada por quem já passou por aqui!! Amo vcs!

2 comentários:

Unknown disse...

Muito bom que vc voltou a ativa amiga!
Ja estava com saudades das webs!
Bjokas

Fe

Unknown disse...

MIGA, SOU EU BIBINHA.. AKI EH MUITO ESTRANHO PRA POSTAR, NEM SEI SE VC VER, NEM NADA, BOM... SEMPRE POR AKI NÉ?? E CLARO Q SEMPRE VOUA COMPANHAR VC!!! ADORO VC MIGA.. BJINHOSSSS